Cada vez mais pessoas são idosas no Brasil, mas elas não vivem essa fase da vida da mesma forma. Dependendo da sua raça, gênero, orientação sexual, entre outros fatores, elas tendem a ter mais ou menos recursos, possibilidades e direitos.
Conheça caminhos para que todas as pessoas tenham não só uma vida longa, mas “larga de oportunidades”:
Quer saber mais o assunto? Leia o livro Introdução às Velhices LGBTI+, uma grande referência para a Exposição Cidade 60+ Diversidade.
Alexandre Kalache
Geriatra e gerontólogo, presidente do Centro Internacional da Longevidade
Para alcançarmos uma longevidade diversa, temos que enfrentar coletivamente os preconceitos que nos limitam.
Alexandre da Silva
Gerontólogo e fisioterapeuta, professor e consultor em longevidade
Você sabia que pessoas brancas vivem seis anos a mais do que pessoas negras? Por causa do racismo, pessoas negras têm menos acesso a saúde, segurança, participação social e aprendizagem – justamente o que precisamos para viver um envelhecimento ativo.
Confira entrevista com Jurema Werneck, diretora da Anistia Internacional no Brasil, sobre como pessoas brancas podem colaborar com a luta antirracista.
Milton Roberto Furst Crenitte
Geriatra, voluntário da ONG EternamenteSou
Quais são as barreiras que você já enfrentou para ter acesso à saúde integral?
Endereço também faz diferença na longevidade. Moradores de Ipanema, no Rio de Janeiro, vivem em média 29 anos a mais do que moradores da Rocinha, favela localizada a poucos quilômetros.
Para envelhecermos mais e melhor, nossos bairros e regiões devem dispor de serviços públicos e infraestrutura, garantindo mobilidade, acessibilidade e saúde.
O Mapa da Desigualdade da Casa Fluminense mostra as diferenças de qualidade e expectativa de vida entre territórios no Rio de Janeiro.
Junto com o idadismo, a LGBTIfobia faz com que pessoas idosas lésbicas, gays, bissexuais, trans, travestis e intersexuais enfrentem ainda mais preconceito e invisibilidade.
Muitas vezes essas pessoas precisam romper os vínculos com a família biológica, ou deixar de expressar sua identidade de gênero ou orientação sexual livremente para serem cuidadas pelas famílias ou por instituições – um tipo de “retorno ao armário”.
Pessoas idosas LGBTI+ existem, e devem ser reconhecidas e respeitadas.
A ONG EternamenteSou atua em prol das pessoas idosas LGBT, oferecendo atendimento psicossocial para contribuir com a inclusão social e com uma velhice digna e ativa. Conheça e apoie esse trabalho.
Alexandre da Silva
Gerontólogo e fisioterapeuta, professor e consultor em longevidade
A interseccionalidade é uma teoria sobre como diferentes fatores e discriminações, como racismo, machismo, LGBTIfobia, capacitismo, elitismo, se juntam e limitam as condições de vida e potencialidades de cada pessoa.
Quantas pessoas negras travestis idosas você conhece?
“Eu sou uma mulher negra, idosa, lésbica, de candomblé, mãe de dois filhos e tenho um neto. Isso sou eu, Heliana, o dia inteiro. E o sistema não reconhece. (...) Reconhecer a interseccionalidade é reconhecer o ser humano”Confira aqui a entrevista com a historiadora Heliana Hemetério.
Margareth Cristina de Almeida
Professora, doutora em Saúde Coletiva
Nem todas as pessoas contam com um suporte familiar, ou com cuidadores que as entendem e respeitam integralmente.
Não há democracia sem a participação social e política das pessoas idosas em sua diversidade. É necessário ouvi-las para construir políticas que garantam os direitos de todas as pessoas.
Pessoas idosas precisam estar presentes e representadas em todos os espaços da sociedade, contribuindo com suas ideias, criações e reivindicações.
Você já se informou sobre o Conselho do Idoso da sua cidade? Conheça esse espaço de representação e defesa de direitos das pessoas idosas no Portal do Envelhecimento.
Denise Taynáh
Secretária executiva do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa LGBTI+ do Rio de Janeiro
O poder público e os movimentos sociais devem atuar juntos para desenvolver políticas públicas que garantam uma vida saudável para todas as pessoas.
A inclusão digital das pessoas idosas pode ser a solução contra a solidão e o isolamento que muitas dessas pessoas vivem.
Usar celulares e computadores e acessar aplicativos e redes sociais é importante para se informar, para realizar atividades básicas como compras de comida e medicamentos, e para se conectar a outras pessoas que compartilham experiências e interesses comuns. Por isso, é preciso ações que garantam formas de educação e inclusão digitais de pessoas idosas.
Um exemplo inspirador são os programas da ONG EternamenteSou, que promove webinários e rodas de conversa com pessoas idosas LGBTI+. Acesse o Youtube.
Não existe idade para amar e resistir!
O jornalista Yuri Fernandes registrou histórias emocionantes de amor, resistência e diversidade protagonizadas por pessoas idosas LGBTIs, que contam como vêm superando a intolerância e eternizando suas conquistas.
Assista aqui a série LGBT+ 60: Corpos que resistem